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Não falta por aí quem diga “cobras e lagartos” dos
rankings das escolas.
Que não! Que não se podem estabelecer comparações entre escolas. Que cada escola tem o seu
ethos. Que escolas com alunos diferentes têm de obter resultados diferentes. Outros há, que, rejeitando igualmente os
rankings, argumentam que o que é fundamental na escola não são os resultados dos seus alunos, mas antes o
processo desenvolvido. Estes últimos são aqueles que, por norma, abominam a avaliação do que quer que seja, muito menos dos professores, e que, em desespero de causa, se refugiam invariavelmente em critérios marcados por ampla subjectividade. Sempre dá para ir iludindo a realidade...
Não sou um fanático dos
rankings, mas penso que todas as escolas podem beneficiar do conhecimento da sua performance.
Na nossa escola secundária sabemos bem que não devemos comparar-nos com os colégios privados das “capitais”, nem com as “escolas de referência” das grandes cidades. Não temos essa veleidade. Não nos passa pela cabeça, por exemplo, pedir “meças” à Alves Martins, o antigo Liceu Nacional de Viseu. Todos sabemos que se processa uma verdadeira “selecção natural” nas inscrições para frequência destas instituições (4); que um percurso escolar menos conseguido no Básico dificilmente será aceite por ali; que a generalidade dos alunos que lá andam, têm pais que investem na formação dos filhos, exigindo-lhes responsabilidades que outros não fazem. Pais cuja exigência perante a escola e os professores, não é inferior à própria exigência perante os filhos. E isso, na maior parte dos casos, é que faz a
diferença.
Mas, o facto de sabermos isso, não nos impede de aferir, sem complexos, o nosso desempenho. De nos situar, comparativamente, em contextos geográficos e socioeconómicos semelhantes. De analisar os nossos resultados e o nosso percurso.
E de daí tirarmos ilações consequentes, obviamente.
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(4) Também se verifica um processo destes nas inscrições para a Profissional de Torredeita.
Ver Expresso, Público e Correio da Manhã.