Os trajes são formais e, até, no caso de alguns penteados, representam o último grito da moda dos anos oitenta. Os três lustres, que quase ofuscaram a vista do candidato, iluminam rostos conhecidos, em amena cavaqueira (salvo seja), entretidos numa longa espera. Quase meia hora depois da hora marcada, às 18 e 25, de terça-feira, 25, Mário Soares desce da sala onde se reunira com alguns membros da sua comissão política (CP). A demora não é defeito, é feitio. A seu lado, estão a mulher, Maria Barroso, e a mandatária da juventude (na verdadeira acepção do termo, dada a ausência de jovens) Joana Amaral Dias. Um degrau atrás, olhando desconfiado para a confusão das câmaras, vê-se Vasco Vieira de Almeida, o mandatário.
Soares repetiu, perto do final da maratona de hora e meia, em pé, só, «lendo sem óculos», como frisa Medeiros Ferreira, perante a plateia, que «só é vencido quem desiste de lutar». Foi a parte mais livre, quase distendida, de um fim de tarde desgastante e exigente, em que ficaram patentes algumas traições de memória (como em relação ao aborto e na persistente pergunta sobre os «ovos todos no mesmo cesto», que não havia maneira de ter uma resposta). Mas também revelou o proverbial bom-humor do candidato. [...]
Os negritos são meus. O texto não! O texto foi escrito por Paulo Pena na insuspeita “Visão” (edição de 27/10/2005, pag. 54).
Achei-o curioso.
A ênfase foi colocada nas "grandinhas" de Soares, que aguenta hora e meia de pé, só, e a ler sem óculos! Porra! É obra!
Cavaco está arrumado! Cavaco já precisa de óculos...
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