A situação da Educação em Portugal está de tal forma degradada, que começam a surgir, ainda que timidamente, vozes desafiadoras do romantismo esquerdista que nos tem dominado desde há 30 anos. Veja-se esta entrevista de Maria Filomena Mónica ao Expresso (em papel);
...
Exp - É preciso também avaliar a competência pedagógica.
MFM - Outra aberração! A chamada relação pedagógica é uma entidade mítica: é diversas coisas para diversas pessoas. Para uns significa que os professores sabem motivar os alunos; para outros que são exigentes; para outros — o mais perigoso — que os alunos amam o professor. Só que a aprendizagem é uma coisa difícil. Os alunos têm de perceber que os professores sabem mais do que eles e que, por vezes, têm de ser antipáticos.
Exp - A escola não é democrática...
MFM - Não pode ser. Há na escola uma hierarquia de poder: o professor sabe, o aluno não.
Exp - Os Governos receiam essa ideia?
MFM - Tanto os ministros do PS como do PSD. O estranho é que ambos vivem banhados numa cultura da esquerda de 68: «somos todos iguais, aprender é um prazer, é proibido proibir». Essas tretas entraram mesmo na direita portuguesa que não foi capaz de produzir uma ideologia alternativa. É uma espécie de fruto mau de uma árvore boa: é claro que os professores têm de saber ensinar, que as aulas têm de ser atractivas. Mas também têm de saber e poder exercer o seu poder. Acabar com os «chumbos» foi péssimo.
Exp - O Ministério não se adaptou?
MFM - Não e os professores têm todas as razões de queixa. Porque o Ministério, em vez de criar um regulamento disciplinar para punir os alunos, optou por uma aberração que subverte o poder do professor. É um disparate completo! Considera as partes iguais, numa altura em que os professores têm perante si selvagens. Porque o que dantes a família fazia, deixou de fazer. Desapareceu a cultura patriarcal e muitas famílias não sabem ou não podem transmitir normas básicas.
...
Basicamente, o que Filomena Mónica diz, é o que digo há muitos anos. A diferença é que ela é uma "voz autorizada"...
Sem comentários:
Enviar um comentário