Decorreu ontem uma iniciativa interessante. Uma Greve Nacional aos Trabalhos de Casa. Digo que é interessante, desde logo, porque é uma “greve”, depois, porque é aos “trabalhos” e finalmente, porque é em “casa”.
Já aqui disse o penso sobre o valor do trabalho e não vou repetir-me.
Contudo, a ser verdade que os jovens portugueses de 15 anos gastem, em média, 5 horas por semana a fazer trabalhos escolares em casa, isto poderá, efectivamente, ser um problema. É que, para além desta hora diária, hoje, os garotos estão na escola, em actividades lectivas, cerca de 9 horas. Se juntarmos o tempo gasto em transportes, chegamos a números que podem ir às 12 horas diárias. É excessivo!
Assim, justificar-se-ia a greve aos TPC’s, como se justificariam outras iniciativas que visassem reduzir o “tempo escolar” diário.
Uma forma séria de ultrapassar este problema seria atenuar o atomismo disciplinar, agregando disciplinas e, assim, facilitar um conhecimento mais holístico, de resto mais compatível com o desenvolvimento de competências para o exercício de uma cidadania responsável, como se pretende no “ainda” ensino básico.
No entanto, logo se percebe que não é bem assim que se pretende resolver o problema. Logo se dá conta que o problema não reside no excesso de trabalho e de tempo. O problema está em ser trabalho realizado em casa! Leia-se o que diz o Presidente da CONFAP. Lá está. As escolas devem poder contratar professores para assistirem os miúdos na realização dos “trabalhos de casa” na escola.
Aí estão os sindicatos a esfregar as mãos de contentamento.
3 comentários:
Pelo menos insólita é esta iniciativa, diga-se de passagem.
A meu ver, o verdadeiro problema não reside nos tpcs, mas nos programas, na carga horária, no próprio sistema de funcionamento do ensino básico em si. No entanto, e apesar de nunca ter sido propriamente um exemplo no que á realização de trabalhos de casa concerne (!), considero que são importantes para a consolidação dos conhecimentos adquiridos em aula e como complemento do estudo. Claro que, como em tudo, isto é essencialmente uma questão de bom senso - coisa que, infelizmente, não abunda por terras lusitanas...
eu até nem me importava de fazer os tpc's.. a serio que não. Mas dps de quase a maior parte do dia na escola fica muito pouco convidativo fazer os tpc's. Muito mesnos convidativo quando se tem matemática todos os dias e isso implica tpc's de mat todos os dias. Eu nunca os fiz é verdade. Mas já levei muitas faltas e não me agradam nada.
afinal de contas eu preciso fazer os tpc's porque nao aprendo só no momento da aula mas como já disse depois de tanto tempo a aturar stores não se kerem ver os cadernos.
Vejo-me inclinada a concordar, de novo, com o cavalheiro! Professores que acompanhem os alunos na realização dos trabalhos marcados nas aulas do ensino regular, que os orientem, que os possam ajudar a organizar-se...sim, isso seria o ideal.
Mas...temos recursos humanos? Temos professores "capazes" de prestar essa orientação? E essas horas...seriam colocadas nos horários dos docentes, naturalmente!
Mas...de facto concordo que a carga horáia dos alunos já é excessiva...
Atenciosamente...Shell
Enviar um comentário