No passado dia 13 de Janeiro, o jornal "24 Horas" deu à estampa a notícia que do processo “Casa Pia” constavam, no dito “envelope 9”, os registos de chamadas telefónicas de 208 altas figuras do Estado Português, entre as quais, o próprio Presidente da República.
Seguiram-se páginas e páginas de jornais, aberturas de tele-jornais, discursos, declarações, desmentidos, audições parlamentares, enfim, um falatório! Uma indignação pulsante! E, para calar as vozes, foi ordenado um inquérito. Urgente!
Passado um mês e dois dias, a redacção do mesmo jornal foi objecto de uma rusga policial, com apreensão de equipamento e material jornalístico.
Fica-me a dúvida:
Será mais importante saber quem, e porquê, determinou a apensação dos registos das chamadas ao processo “Casa Pia”, ou saber quem deu a informação ao jornal?
E uma outra:
Por que é que, apesar desta clara violação da liberdade de imprensa, não ocorre um “falatório” parecido com o primeiro?
Ou será que o verdadeiro problema é o de se poder vir a saber quem fala com quem?
É que isso vai mesmo saber-se. Quero crer que a esta hora haverá por aí algumas dezenas de cópias do ficheiro dos registos das chamadas.
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