A contestatação à avaliação de desempenho dos professores está na rua há muitos dias e tem vindo a subir de tom. Percebe-se, com toda a clareza, que há muitos professores descontentes. É natural: a mudança é enorme. Mas há algumas coisas que não se percebem. Por exemplo, como é que se explica que ainda não tenha sido proposto um modelo alternativo? Sim, pode haver modelos alternativos que sejam melhores que o do Ministério e, no meio da enorme quantidade de contestantes, por certo haverá quem consiga fazer propostas. Só que não surgem. Até agora, nem uma. Porquê?
Ora vamos lá ver:
Os professores devem, ou não, ser sujeitos a um processo de avaliação?
Se não devem, ficamos por aqui uma vez que fica tudo explicado.
Pelo contrário, se o devem, vejamos:- O objecto da avaliação deve ser o trabalho que o professor realiza ou deve ser outra coisa qualquer?
- O trabalho do professor envolve a gestão do currículo, a planificação de actividades, as aulas, a avaliação dos alunos, a relação com os pais e a participação em actividades aprovadas pela escola, ou não?
- O trabalho do professor obriga a constante actualização / formação, ou não?
- O trabalho do professor pode envolver a participação em órgãos e estruturas escolares, ou não?
- O trabalho do professor, em princípio (e por definição), reflecte-se nos alunos, ou não?
- A avaliação deve decorrer dentro da escola, ou não?
- A avaliação deve permitir a diferenciação dos professores (como acontece com os alunos), ou não?
- A avaliação deve produzir efeitos na progressão na carreira, ou não?
Sintetizando:
A avaliação deve avaliar, ou não?
PS: Como é público e notório, eu não sou, sequer, apoiante do PS, nem votei nestes senhores.
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