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25 de novembro de 2004

Autonomia da Escola

Há imensos anos que se vem ouvindo o discurso da autonomia como via - única - para a resolução dos inúmeros problemas que afectam a escola. Alegadamente, o Ministério da Educação tem vindo (não é de agora) a espartilhar a criatividade das escolas, obrigando-as a adoptar modelos de organização nos domínios pedagógico e administrativo (e também financeiro) que são contrários àqueles que cada escola escolheria se fosse autónoma. Nesta óptica, é desta imposição que resulta o reconhecido insucesso de alunos, professores e escolas.
Sejamos sérios:
Uma escola autónoma é aquela que, no respeito pela legislação, pode decidir da gestão do currículo, seleccionando conteúdos, metodologias e actividades, do elenco disciplinar, da carga lectiva e da organização do tempo escolar. E, inevitavelmente, é aquela que, no respeito pela legislação laboral, pode escolher os seus professores!
A regulação de um sistema com estas características seria efectuada, em primeira linha, pela própria comunidade, na base dos resultados da avaliação externa dos alunos - é claro que haveria exames nacionais versando os conhecimentos e as competências previamente definidas a nível central- sem prejuízo da intervenção de outras instâncias.
Acredito que um sistema destes pudesse ter bons resultados.
Recentemente, também a Senhora Ministra se pronunciou sobre este reforço da autonomia.
Vejam-se as reacções. Leiam-se estes comentários e reflita-se: a autonomia é, verdadeiramente, desejada?

3 comentários:

BlueShell disse...

Afinal...não fui só eu a "correr" para o Blog...
Faz-se tarde: mais logo, depois de dormir um pouco, voltarei para comentar devidamente, cavalheiro!Shell

Lola disse...

Tema de importância NÙMERO UM. Desculpar-me-ás, mas abstenho-me de ler quaisquer comentários da actual Ministra da Educação, com o risco de eu vir a ter qualquer AVC durante o meu fim de semana. Relativamente ao teu conceito de autonomia, concordo com muita coisa, mas lamento que a actual legislção que temos há alguns anos não tenho sido devidamente explorada e usada por todas as escolas. Há escolas com projectos educativos fantásticos, sabes? Adequando curriculos aos alunos e correspondendo às necessidades da comunidade escolar. Um abraço.
http://vidasdeconchitaepaco.blogspot.com/

Anónimo disse...

Não vi nos comentários nada de especial. De uma forma geral concordam e manifestam o desejo de autonomia. tens um daqueles que quando ouvem falar em autonoimia só pensam em cunhas de colocações de professores...e um de uma assumida parola que me parece ser uma clara militante do PP, ou do PCp que neste caso são iguais. Tirando isso tens comentários que pedem à senhora ministra mais decisões e menos conversas. Que pedem à ministra que leia a legislação actual. Mais nada. Que relembram que uma coisa é falar em autonomia e depois em 2 anos passar de turmas con valores minimos de 15 alunos para 24, (leia-se 28) alunos. ter capacidade para decidir que turmas e cursos abrir faz parte de um processo de autonomia ou não? Impor de forma ditatorial turmas e cursos às escolas como fez o governo PSD não é defender a autonomia pois não?
Cortar verbas no final do ano não é defender a autonomia pois não? Defender um sistema nacional de colocação de professores (agora colocação em duplicado de algumas centenas) não é defender a autonomia pois não?
Portanto é simples... autonomia sim.. mas sem ser no papel nem nos discursos da ministra
mocho