Apesar da vulgaridade em que se transformou, não consigo deixar de ficar perplexo perante a mentira dita por um responsável, seja ele quem for.
Uma coisa é a proclamação de uma intenção que, por um ou vários motivos, não se vem, afinal, a concretizar. É uma coisa que acontece com frequência, sobretudo com os políticos. São as chamadas "promessas".
José Sócrates fez uma dessas promessas quando anunciou que o governo iria criar 150.000 novos postos de trabalho durante a presente legislatura. Apesar da evidente utopia, apesar do aspecto propangandístico, apesar de se saber que o Estado não cria emprego, é, ainda assim, aceitável. Aceita-se enquanto isso mesmo, enquanto "promessa".
Ora, três anos volvidos sobre a proclamação da "promessa", toda a gente sabe que ela não se irá concretizar; que as empresas continuaram a encerrar; que as deslocalizações não cessaram; que o desemprego tem vindo a subir. Toda a gente sabe.
Todavia, o conhecimento da realidade não impediu José Sócrates de, ainda hoje, e mais uma vez, ter vindo reafirmar aquela "promessa", e de ter até ido mais longe. De ter dito que "desde Março de 2005 até agora houve criação líquida de 133 mil empregos".
Apre!
Criação líquida de emprego só pode significar que os novos empregados são mais que os novos desempregados. Mas... se assim fosse... a taxa...
...Isto já não é "prometer". Isto é um comportamento obsessivo-compulsivo.
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