Anda aí uma onda de moralistas a clamar contra a nomeação de quinze mil e tal "boys" durante os dois anos de governo da coligação PSD-PP.
Embora reconheça a importância de nomear pessoas de confiança política para determinados cargos, não deixo de me juntar a estes críticos. De facto, não faz sentido nomear, por exemplo, motoristas de "confiança política"...
Ontem, curiosamente, no meio de uma arrumação do meu escritório, dei com uma "peça" que ilustra bem o que acabo de dizer. Tratava-se de uma fotocópia do Diário da República do dia 14/02/2002, um mês antes das eleições legislativas, com um governo demissionário do PS. Aí se pode ler que um senhor Secretário de Estado nomeou, quando já estava de saída, DUAS secretárias pessoais e DOIS motoristas para o seu gabinete. Mas não se ficou por aqui. Naquele mesmo dia nomeou um total de 17 "boys" e "girls". Isto é, numa altura em que a proximidade das eleições aconselharia uma especial prudência, o senhor aumentou o seu gabinete com mais 17 pessoas!
Claro está que, pouco tempo depois, a maioria destes "nomeados à última da hora" viria a receber chorudas indeminizações.
Caro leitor, deixo-lhe um desafio: descubra as diferenças entre 2002 e 2005!
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