Vários, mesmo muitos, notáveis do PSD insistem em que
Pedro Passos Coelho deve anunciar que não inviabilizará o Orçamento de Estado. E que o deve fazer já.
No escuro. Imediatamente.
Sem sequer o conhecer.
E dizem mais: que não o deve discutir; que não o deve negociar; que não deve, sequer, fazer qualquer sugestão.
Para estes notáveis, PPC deve, com toda a clareza, anunciar que não votará contra o que quer que seja que o Partido Socialista venha a apresentar na proposta de Orçamento de Estado para 2011.
Percebo bem o alcance: desta forma, o PSD dá todo o campo ao PS para aplicar as suas "receitas", impedindo-o de, amanhã, vir reclamar que a coisa não funcionou porque o PSD impediu isto ou aquilo. Ou seja, não haverá tango, nem paso doble, nem sequer um foxtrot. Sócrates dançará sozinho.
Percebo bem a lógica desta estratégia - a da conquista do poder.
Percebo, mas não concordo.
E não concordo porque, conhecendo nós José Sócrates e respectiva entourage, sabemos bem que quando o PSD chegar ao poder, nada restará para governar. Apenas uma dívida absolutamente irresolúvel e uma enorme legião de pobres e empobrecidos.
E isto é que nos deve preocupar.