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23 de fevereiro de 2006

1.500!!!

A Ministra da Educação veio hoje dizer que o número de escolas do 1º Ciclo a encerrar é, afinal, o triplo do que foi anunciado.
Nada tenho a opor ao encerramento de escolas frequentadas por 4, 5 ou 6 alunos. Dificilmente podem, estas escolas, dar resposta às actuais exigências colocadas pela Educação. O mesmo não posso dizer quando as escolas a encerrar têm 11, 12, ou mesmo 18 ou 19 alunos.
Desde logo por uma razão tão querida dos “representantes” dos professores: a, repetidamente defendida, redução do número de alunos por professor, o qual, nestes casos, até é superior ao reclamado “ideal”.
Mas há um outro problema, e mais grave.
É que os alunos oriundos das escolas encerradas têm de ser acolhidos em outras escolas, as quais, para não cairmos no economicismo sistematicamente repudiado pelo governo, devem oferecer melhores condições que as antigas. Mas não é isso que acontece. As “escolas de acolhimento" têm, na generalidade dos casos, as mesmas deficiências das que vão ser encerradas.
Assim, vai ser necessário um enorme esforço financeiro para as requalificar, requalificação que, na esmagadora maioria dos casos, implica mesmo a construção de escolas novas. É por isso mesmo que a senhora ministra vem dizer que “as autarquias têm até Abril para entregarem ao ministério os planos relativos à construção de centros escolares ou à melhoria de infra-estruturas já existentes, intervenções que deverão ser financiadas com verbas do próximo Quadro Comunitário de Apoio”.
Ora, tanto quanto julgo saber, as verbas do próximo QCA não estarão disponíveis antes de 2008. Isto é, a construção e beneficiação do parque escolar só poderá ser lançada depois desse ano. Ou seja, a intervenção não estará concluída antes de 2010.
O mesmo se deverá passar ao nível dos transportes. De facto, conjugando a necessidade de transportar muito mais alunos, com a recente legislação sobre transporte colectivo de crianças, de imediato se constata que vai ser necessário investir fortemente na reabilitação dos autocarros, e, na maioria das situações, na compra de novas viaturas. O que acontecerá lá para 2010, como já referi.

Mas as escolas encerram, muitas delas, já em 2006, como é sabido.

Até lá – 4 anos no mínimo – os miúdos serão “arrebanhados”, transportados “à toa”, e “encafuados” em salas sem as mínimas condições para a aprendizagem, para nem falar na dignidade.

Isto é uma coisa fantástica!

(ai os cãezinhos da minha terra…)

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