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19 de dezembro de 2005

Cavaco e o "alto risco"

Mário Mesquita é membro da comissão política da candidatura de Mário Soares e habitual colunista do Público. No seu artigo de hoje, Domingo, escreve assim (pag. 11):

Cabe perguntar que faria Cavaco Silva, se fosse eleito Presidente, quando um Go­verno de cor diferente da sua pretendesse gerir os períodos pré-eleitorais com a lógica própria de quem deseja, como é normal, permanecer no poder? Enquanto estivesse em causa estimular o Executivo a prosseguir medidas restritivas, com vista à contenção do défice, Cavaco seria, provavelmente, aliado circunstancial de José Sócrates. Quando o primeiro-ministro do PS resolvesse agir com vista preparar eleições, tenderia a adoptar a severidade própria de Presidente FMI, coarctando, com os poderes ao seu alcance, a margem de acção governativa. A seu tem­po, o famoso desígnio de Sá Carneiro teria ocasião de se realizar, na margem direita da política portuguesa, através da consonância entre a presidência, a maioria parlamentar e o governo. Belém e S. Bento a uma só voz – a voz da direita – por muitos e bons anos.

Vamos lá dissecar isto:
  • O que é que preocupa Mesquita? A gestão dos períodos pré-eleitorais.
  • Porquê? Porque nesses períodos a lógica normal é a de preparar a permanência no poder.
  • E que faria Cavaco nesses períodos? Coarctaria a margem de acção governativa.
  • Porquê? Porque continuaria preocupado com a contenção do défice.
  • E antes de chegarmos a esse período? Cavaco seria um aliado de Sócrates.

Caramba! O que preocupa Mesquita é exactamente aquilo que eu entendo que deva ser a postura de um Presidente, nos tempos que correm. Apoiar o governo (unindo os portugueses) nas medidas de contenção do défice e relançamento da economia, travando derivas populistas e eleitoralistas.

Arre porra! Até me apetece perguntar:
O que é que Mesquita pretende que Soares faça se for eleito? O contrário, não?

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