Um tema crítico no atual debate da Educação, é o do custo de
um aluno na escola pública.
Ao que consta, o Governo tem intenção de vir a publicitar os
custos reais da Educação. Espero que não se fique pela intenção e passe rapidamente à ação.
De facto, o conhecimento deste número é fundamental.
É-o,
desde logo, para o cidadão em geral, que deve ficar a saber que o Ensino não é
à borla, que custa dinheiro e, mais ainda, quanto custa. Talvez assim se viesse
a dar o devido valor à Escola e a quem lá trabalha.
Mas é-o, também, por outra questão relevante: a de saber se
as escolas privadas têm custos inferiores aos das públicas, como se tem vindo a
sugerir um pouco por toda a blogosfera e restantes meios de comunicação, o que nos leva para o campo do financiamento público das escolas privadas.
Entretanto, enquanto não surgem números nacionais, as Escolas de Mangualde publicaram o seu custo por aluno relativamente aos últimos
três anos. Da sua leitura pode retirar-se, de imediato, uma conclusão: depois
de estabilizado o agrupamento, o custo por aluno decresceu cerca de 260 euros por
ano (6,2%), o que não deixa de ser um achado interessante.
Ressalta, todavia, uma nota de consternação: o número de
alunos, em dois anos, decresceu em 213, quase 7%, o que é muito preocupante. A este ritmo, em breve deixaremos de ter
escolas em aldeias. Caminhamos para a desertificação!
5 comentários:
Não tenha dúvidas, caro Agnelo, com a baixa natalidade e a crescente litoralização da economia e da população, as escolas do Interior vão sofrer, nos próximos 10/15 anos, uma redução enorme no número de alunos, sobretudo as de vilas e pequenas cidades!!!
Por acaso essa redução de alunos foi mesmo o que me saltou à vista em primeiro lugar. Eu já dei o meu contributo! E sou "estrangeiro";)
É verdade Ricardo.
Precisávamos de mais pessoas assim. Menos egoístas.
Cumps
Já agora, duas perguntas, por curiosidade destes números:
1. Incluem-se aqui os alunos do programa Novas Oportunidades?
2. Dá para prever a taxa de crescimento, ao nível do secundário, provocada pelo alargamento da escolaridade obrigatória? Aquela diferença de 150 a 160 alunos, do 3.ºCEB para o SEC corresponde mesmo a abandono, ou desses, uma parte vai para Viseu e outros entram por vias alternativas?
Sim, inclui os dos EFA mas não os do RVCC.
Praticamente não há abandono na transição do 9.º para o secundário.
O que temos é uma fuga para as escolas profissionais que continuam a oferecer condições economicamente mais vantajosas para os alunos.
Assim, não se prevê um aumento significativo na frequência do secundário.
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