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31 de dezembro de 2004

Um pacto? Não, obrigado.

Apelar a um “entendimento entre os principais partidos para resolver os problemas da economia nacional”, manifestando-se disponível para, depois das legislativas de 20 de Fevereiro, continuar a empenhar-se, “independentemente dos resultados”, na promoção de um “entendimento entre as principais forças políticas", no intuito de acordar “regras de gestão orçamental”, de “aumentar a transparência das contas públicas” e de definir princípios fundamentais nas áreas da “dívida pública”, do “financiamento das autarquias”, da “gestão hospitalar” e da “sustentabilidade da segurança social”, matérias que exigem consensos que ultrapassam o “limite de uma legislatura”, apenas vem confirmar o total desnorte em que o senhor anda. Uma patetice completa.
Os “principais partidos” assentam os seus programas em pressupostos ideológicos diferentes e, por isso mesmo, não passíveis de qualquer entendimento. De resto, das poucas vezes que esse entendimento existiu, apenas serviu para tramar os portugueses. Um entendimento é uma espécie de “pacto de regime”, ou seja, um “cozinhado” de onde o “povão” sai esturricado. Uma salgalhada, uma promiscuidade onde tudo é igual, não existindo qualquer alternativa para o cidadão. Ora isso não é desejável. Os partidos têm de apresentar as suas propostas, submetê-las a sufrágio e, aquele que ganhar, isso sim, cumprir o seu programa em vez de o meter na gaveta.
Mas, pior ainda, é a referência despudorada ao “limite de uma legislatura”!
Legislatura? Ora porra! Isso era antes!
Agora nunca se sabe o que poderá acontecer. Agora os governos estão em “permanente avaliação” e, por via da respectiva classificação obtida, em qualquer momento, uma Assembleia legitimamente eleita pode ser dissolvida.
Como é que o senhor já se esqueceu disto?

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