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24 de outubro de 2004

Defesa Nacional e "senso comum"

Num post recente, o senhor canzoada dava a entender que se poderia abdicar dos investimentos nos F16 e nos submarinos para fazer face aos custos das SCUT’s.
É algo que não faz sentido nenhum.
Desde logo, porque os valores em jogo não têm comparação possível.
Mas há outra questão, essa mais grave. É que um pensamento com esta expressão radica na ideia, querida de uma certa esquerda, de que este país não necessita de forças armadas, o que é falso!
Abomino o “senso comum”, que nada tem a ver com o bom senso, e, por isso, não gosto, evito mesmo, de falar de assuntos que não domino em plenitude. É este o caso das questões militares. De facto, para além de alguns estudos que vou lendo e de um curso de Defesa Nacional que frequentei, não possuo conhecimentos aprofundados sobre a matéria.
Ainda assim, sei (acho que todos sabemos) que Portugal mantém, ainda hoje, um dispositivo militar herdado dos tempos das Guerras Coloniais e totalmente desadequado à situação geo-político-estragégica emergente. Assim, no actual contexto, que aqui não explorarei, Portugal necessitará de modernizar as FA's. Necessitará,nomeadamente de:
1) Ao nível do exército, de forças terrestres com uma expressão mínima – algo com uma dimensão da ordem de duas brigadas completamente equipadas – sobretudo por via dos nossos compromissos com a comunidade internacional.
2) Quanto a meios aéreos, é reconhecida a necessidade de uma força com capacidade de intercepção rápida, e daí os F16 (a propósito, não me recordo de compras de caças F16 por este governo).
3) Ao nível marítimo, são imprescindíveis meios compatíveis com a extensão das nossas águas territoriais e da nossa ZEE.
4) Finalmente, são ainda necessários meios de “projecção de força” – transportes. (deve saber-se que, com os actualmente existentes, demoraríamos cerca de duas semanas a colocar uma simples companhia de combate numa das regiões autónomas).

É isto que têm dito os nossos especialistas em defesa, conotados que sejam, à esquerda ou à direita!

É assim que se tem vindo a operar, lentamente, o redimensionamento e o reapetrechamento das Forças Armadas, no qual, TODOS os governos se têm vindo a empenhar. A este propósito, quer parecer-me que as opções tomadas têm sido ditadas pelos militares. Isto é, não me parece nada que, por exemplo, tenha sido o Sr. Portas – pelo qual não nutro especial simpatia – a lembrar-se dos submarinos. Estas coisas não se passam assim.
Quanto a mim, embora sabendo que o submarino é um aparelho com enorme potencial, entendo que seriam mais adequadas duas fragatas AEGIS, do tipo das nossas MECO (por falar nisso, neste momento temos uma fragata ao largo da Guiné “para o que der e vier”).
Mas eu não sou especialista e, por isso, acredito nos especialistas.

1 comentário:

BlueShell disse...

O cavalheiro desculpar-me-á...mas quem o ler pensará, porventura, que Portugal está na "mira" de alguma drande potência...hehehhehe...e mesmo que esteja (!!!) o reforço militar em termos bélicos passa também pela formação de Forças de elite, Forças especiais que tenham "tomates" (perdoai) para colocar "as unhas" em aparelhos como os caças, ou os submarinos, ou as corvetas, ou os porta-aviões! O povo português...perdeu a "garra", cavalheiro! O povo quer é feriados, futebol e sossego...agora o resto...só nos fimes de acção, de comando na mão, instalado num bom sofá com uma cerveja ao lado...heheheheheh.
Mas tenho de lhe confessar uma coisa: os seus "post" são brilhantes em termos de sintaxe e riqueza vocabular. Impregnados de ironia subtil, não deixam de fazer esboçar um sorriso a quem quer que os leiacom a atenção que eles merecem.
Uma muito boa noite!