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17 de junho de 2005

Indignado!

Pior! Escandalizado, enojado e encolerizado!
É como estou.
Acabei de ver na SIC Notícias um vídeo de vigilância de um comboio da CP. Eram duas sequências de "acção".
Na primeira, um rapaz, que o locutor identificou como "o de camisa escura", tentava roubar algo a outro rapaz de "camisa clara". Como este resistisse, o de escuro anavalhou-o. O de claro fugiu e o de escuro, calmamente, fechou a navalha e procurou outro "cliente". Tudo isto perante o olhar passivo de vários passageiros.
Na segunda sequência, um grupo visivelmente organizado, assalta dois passageiros que tentam resistir. Na carruagem vai um elemento da segurança da CP devidamente fardado. Uma das vítimas consegue dirigir-se ao segurança e pedir-lhe ajuda. Este, com toda a calma, vira-lhe as costas e afasta-se do local. Então, chega um assaltante mais experiente e rouba aquilo que queria roubar. Entretanto, o comboio chega a uma estação e os assaltantes expulsam os assaltados, continuando a sua viagem. Tudo isto perante o olhar aterrado dos outros passageiros.

Aqueles passageiros fizeram-me lembrar aquela alegoria do "Silêncio dos Inocentes" quando a Jodie Foster diz que os cabritos aguardavam calmamente a sua vez de serem abatidos. Não tentavam fugir. Apenas baliam. Acontece que estes nem baliam! Limitavam-se a observar a cena, cobardemente, de certa forma, até cumplicemente. Quanto ao guarda, nem comento.

O locutor, talvez com medo de ser rotulado de racista, xenófobo e fascista (como hoje fez a Ana Anacleta na AR), referiu as cores das camisas. Mas eu, que não sou racista, tenho de dizer o que vi: que os assaltantes eram todos negros e que um dos assaltados também era negro. Provavelmente, também acontecerá o inverso, isto é, os assaltantes serem todos brancos e um dos assaltados também ser branco. Mas nos filmes era como eu disse.
Fiquei revoltado e, mais grave, fiquei com medo. Se as forças de segurança não protegem o cidadão, como é que vai ser?
Vou pensar em adquir uma Glock 17 com carregador de 19 munições. Não sei quando terei de ir a Lisboa, e não me apetece ser anavalhado.

PS:
É muito triste chegar ao ponto de ter de escrever uma barbaridade destas!

4 comentários:

Ruvasa disse...

Viva, Azurara!

É isso.
Ou alguém deita mão nisto ou então a coisa fica feia mesmo.

O que é curioso (uso este eufemismo para não radicalizar...) é que, por vezes, ficamos a pensar se este status quo não convém a alguns...

Abraço

Ruben

Anónimo disse...

Eu também vi.

Só uma pequena correcção - que não altera o fundo do problema - o Segurança cobarde e ranhoso não estaria ao serviço da CP. Seria só passageiro a caminho do emprego. Se fosse meu empregado, já estava despedido. Que merdolas.

Olhe Azurara, excluindo o móbil da actuação - que nada tinha a ver uma coisa com a outra -, e a cor da pele, a cena do cerco em superioridade numérica, os empurrões, a impunidade, a lata, o descaramento, trouxe-me á memória a UEC no meu liceu. Associação de ideias involuntária só possível a quem passou por elas.

Agnelo Figueiredo disse...

Também me lembro bem da pandilha da UEC. Em Coimbra, onde andei, eram muito fortes. Por vezes intimidantes.
Contra o aumento da criminalidade, só não estão os criminosos - os efectivos e os que com eles pactuam.

Agnelo Figueiredo disse...

Lembro-me bem do Zé Lamego...
Um "Lázaro".