gerado por sloganizer.net

18 de junho de 2005

Três notas sobre imigração africana

A primeira:
É para confirmar o que já tenho dito: a culpa dos problemas relativos aos jovens filhos e netos de imigrantes africanos é nossa!
Aqui fica mais um contributo, este do professor de psicologia social e das organizações Jorge Vala (cheira-me a sociólogo), e vem no Expresso de 18/06/2005, página 7.

Muitos jovens de origem africana portugueses e nascidos em Portugal não se reconhecem como cidadãos nacionais.
Apenas 4% dos inquiridos no âmbito de um estudo elaborado em 2003 pelo Observatório Permanente da Juventude (OPJ) escolheram como identificação primária “português” – quando 40% deles têm nacionalidade portuguesa. «Este resultado foi, por nós, associado ao facto de estes jo­vens negros considerarem que os portu­gueses brancos não os vêem como portugueses», comenta Jorge Vala, professor de psicologia social e das organizações no ISCTE e coordenador do referido estudo. Apenas 2 dos 400 jovens inquiridos, (com idades compreendidas entre os 15 e os 29 anos), afirmou o contrário.
Estes jovens identificam-se sobretudo com o país de origem dos pais (57%), enquanto outros criam uma identidade étnica (13%) ou racial (8%). «A desidentificação com Portugal está ainda associada – na opinião do mesmo investigador – à percepção de discriminação de que se consi­deram alvo, nomeadamente na relação com as instituições nacionais».
Na primeira linha de integração social sur­ge a escola. De início valorizada como meio de promoção social pelos grupos minoritários e culturalmente desfavorecidos, estes rapidamente desinvestem dos estudos quando recebem avaliações negativas. «Sabemos de várias fontes que estes jovens apresentam menor sucesso escolar, o que é de novo confirmado neste estudo. A reprovação faz parte da história da vida escolar de 79% dos inquiridos», acrescenta Jorge Vala.
É na escola que se faz a socialização insti­tucional, a aprendizagem dos direitos de cidadania, a aprendizagem de competências sociais e cognitivas, facilitando a integração social. «Mas há uma série de instituições (nas áreas da Saúde, Segurança Social e Educação) que não foram capazes de o fa­zer», admite a presidente do Instituto de Reinserção Social, Maria Clara Albino.


A segunda:
É para mostrar (Expresso de 18/06/2005, página 1) que não se vai ao bairro da Cova da Moura (sei que é em Lisboa, mas não sei onde fica) de qualquer maneira: é preciso pedir o “visto” na embaixada de Cabo Verde.

O embaixador de Cabo Verde em Portugal, Onésimo Silveira, disse ter sido contactado pelo «staff» do Pre­sidente da República para apurar se Sampaio poderia correr algum risco na visita à Cova da Moura, programada pa­ra hoje, a propósito da inauguração de uma exposição de fotografia no bairro.
«Que bairro é este em que o pró­prio Presidente não se sente segu­ro?», questionou Onésimo, esta sema­na, numa reunião com associações ca­bo-verdianas em Portugal, convocada para discutir os últimos acontecimen­tos envolvendo jovens descendentes de cabo-verdianos. Declarando-se en­vergonhado com a imagem do seu país que passa nestes casos mediáticos – nomeadamente o «arrastão» de Carcavelos, no dia 10 de Junho, e os distúr­bios em Quarteira no dia seguinte – Onésimo disse que «Carcavelos é a ponta do “tsunami” de uma geração que encara a delinquência como «um desígnio normal».
A Cova da Moura é um dos muitos bairros de origem dos jovens que pro­tagonizaram o assalto à praia, que está longe de ter sido o primeiro. Os regis­tos policiais dão conta de vários «arras­tões» em Carcavelos, o primeiro dos quais, em 1996, deu origem a um processo com 18 detenções que foi, no en­tanto, arquivado sem nenhum resultado … e acabou com vários polícias no banco dos réus…”


A terceira:
Para dar conta, através da Sábado de 17/06/2005, página 16, de que Portugal é o 4º país da Europa que melhor recebe imigrantes…

Sem comentários: