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22 de janeiro de 2005

Privatizar

Volto às palavras do dirigente da FESAP para repescar a informação de, que em Portugal, o número de funcionários da administração pública central e regional, ultrapassa ligeiramente os 580.000.
Desde já, fica uma questão: os funcionários da administração local (câmaras) que não estão incluídos naquele número, quantos são?
Fica, também, uma nota para reflectir. Em França, país que é um caso paradigmático do centralismo e do peso da administração pública, os funcionários públicos são 250.000, ou seja, menos de metade dos nossos, num país incomparavelmente maior.
De acordo com o sindicalista, daqueles 580.000, cerca de 515 mil pertencem à educação, à saúde, à segurança interna e às forças armadas, restando cerca de 70.000 em outras áreas. Assim, conclui que o PS deve querer privatizar estes últimos sectores.
Deste raciocínio, deduz-se que Paulo Trindade não concebe a privatização das Forças Armadas e da Segurança Pública, com o que concordamos totalmente. Mas, e aí é que está o problema, também não concebe a privatização das escolas, universidades, hospitais e centros de saúde. Mas porquê? Desde que o cidadão não pague mais num sistema privado que aquilo que paga num público, qual é o problema?
Meus amigos, o desperdício nas organizações públicas é obsceno e tem de ser reduzido a todo o custo. A culpa não é dos funcionários. É mesmo do sistema. Reparem que o mesmo professor que, na escola pública que lhe paga o vencimento, faz o menos possível, “dá o litro” quando está na escola profissional, onde lecciona umas "horitas". E se for um médico? É diferente?
E qual é a diferença entre a gestão privada e a pública? É … ? Muito bem! Acertou!
Apesar de tudo, eu preferiria uma via alternativa. Manter os serviços na administração pública alterando as regras de gestão. Criando carreiras profissionais para os gestores públicos, conferindo-lhes autoridade. Acabando com concursos nacionais. Dando à direcção de cada uma das organizações a capacidade contratar, de promover e de despedir os funcionários que entendesse, fundamentando em critérios transparentes. Provavelmente, seria esta a solução mais eficiente e igualmente eficaz.
Mas isto, os sindicatos também não querem…

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