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30 de janeiro de 2005

Professor Louçã, o Moralista

Com a devida vénia ao Abrupto, vou aqui reproduzir um comentário, particularmente lúcido e oportuno, ao reaccionarismo e à intolerância do professor.

Louçã considerou (porque considerou mesmo - o argumento do "contexto", invocado pelos seus colegas de partido é uma falácia - honre-se Luís Januário, de Coimbra) que PP não poderia ter falado de "aborto" por não ter "gerado vida" e "não saber o que é o sorriso de uma criança". Ainda que dissesse (entre muitas aspas) que "não podia falar de aborto porque nunca tinha feito um", entender-se-ia, na lógica de um debate televisivo e com o argumento, tão estafado como errado, de que só as mulheres devem falar de um assunto que hipoteticamente só lhes diz respeito.Mas ao dizer o que disse (e já é crescidinho para saber o que diz...) fez profissão de fé de que não falará de mulheres (creio que é do sexo e do género masculino), de homossexuais (não consta que seja), de minorias étnicas (é caucasiano), de estrangeiros (é português), de futebol (em que equipa é que ele alinhou?), da Igreja (diz-se ateu ou agnóstico), do Papa (não o é... ainda). Nem sequer de PP (ele não é ele...). Enfim. Louçã só poderá falar de uma coisa: da vida de Louçã e das experiências de Louçã. Nesse aspecto, diga-se, é coerente: na prática, só fala dele próprio e faz outro tanto de auto-propaganda. O único busílis é que nós não estamos minimamente interessados na vida do Professor Louçã. E como a democracia se constrói à custa da argumentação, do debate e da troca de ideias, Louçã é muito desinteressante para a democracia... até porque acabou por promover PP, o que já de si é um péssimo serviço à causa...Há arrogâncias que não se devem ter... seja qual for o "contexto"!

Por esta e por outras, acho especialmente adequado o aviso abaixo, que está no Acanto.

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